Polícias pedem condições mais justas

Policias em protesto pedem condições mais justas: Salários de 800 euros são “incomportáveis”

Esta terça-feira decorre uma ação de protesto dos sindicatos da Polícia de Segurança Pública pela atribuição do subsídio de risco aos polícias e pela atualização das tabelas remuneratórias.

A ação vai contar com a presença da Organização Sindical dos Polícias, da Associação Sindical Autónoma de Polícia, do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, do Sindicato Policia pela Ordem e Liberdade e do Movimento Zero, que se reúnem em frente ao Centro Cultural de Belém, por volta das 9h30.

Pedro Carmo, presidente da Organização Sindical dos Polícias, explica à Executive Digest que o objetivo do protesto passa por apelar a uma situação mais justa e igualitária para estes profissionais, nomeadamente no que diz respeito à sua remuneração.

«O ordenado da polícia tem estado estagnado», revela o responsável sublinhando que «quando entram para a polícia os agentes estão a ganhar cerca de 801 euros e o ordenado mínimo é 665 euros», um valor que considera ser «incomportável» para profissionais que sendo de zonas diferentes de Lisboa, têm de se deslocar na fase inicial para a capital.

Para Pedro Carmo esta situação «não faz sentido e torna a profissão menos atrativa, porque uma das coisas que atrai também é o vencimento», afirma. «Sabendo nós que esta é uma profissão de risco, com o seu teor de responsabilidade, tem de haver um ordenado mais aliciante para que as pessoas se candidatem», defende.

Da mesma opinião é Nuno Castro, da Associação Sindical Autónoma de Polícia. «Nós apenas solicitamos que sejam cumpridas duas medidas: atribuição de subsídio de risco, que corresponda a 25% do salário base; e a atualização dos vínculos salariais, que já não é feita há mais de 20 anos».

«Tem havido uma falta de investimento na PSP, em que vários governos foram cortando e os salários mantiveram-se intactos». O que exigimos é que seja efetuada uma atualização, a rondar os 40%», afirmou à Executive Digest.

Sobre o valor do subsídio de risco, Pedro Carmo indica que a confirmar-se «vai fazer com que seja apenas mais uma graça». «Este subsídio nas outras forças de segurança ronda os 400 euros por mês, e na PSP não deve atingir esses valores, segundo o orçamento previsto».

O responsável esclarece que «esta não é propriamente uma manifestação, é uma ação de protesto, há uma diferença». «Não esperamos um elevado número de participantes devido à pandemia, para nós 40 pessoas é o suficiente para cumprir o objetivo».

«Mandámos fazer umas faixas que vão ser estendidas e o nosso objetivo é marcar a ação não com massa humana mas com palavras de ordem, para alertar a comunidade internacional que a nossa policia é tratada de forma diferente das restantes a nível europeu», refere.

Também Nuno Castro explica: «O protesto é marcado junto ao CCB, em Lisboa, porque Portugal assume a presidência do conselho da UE nesse local. O objetivo é que a Europa veja como é que os polícias são tratados pelo Governo português».

Localização

Não disponível

  • Tipo: Outros

Exportar para PDF

Contacto