Polícias revoltados com Governo e proposta de subsídio de risco “miserável”: “Estão a gozar connosco”
Proposta de subsídio de risco para PSP e GNR com valores entre os 48 e 68 euros está a indignar os polícias, que apontam o dedo ao Governo. “O que mereciam era que as forças de segurança parassem e deixassem de exercer as suas funções”, disse ao NOVO o presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP), Pedro Carmo, que relatou ainda outros problemas na PSP.
O Governo apresentou, na passada quarta-feira, uma proposta de subsídio de risco para as forças de segurança com valores entre os 48 e 68 euros. Mas estes números têm gerado muita controvérsia, principalmente entre a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR). Ao NOVO, o presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP) da PSP, Pedro Carmo, diz ser “uma vergonha” aquilo que foi proposto em reunião com os sindicatos.
“Estão a gozar connosco. Aproveitaram o período pandémico para dizer que o país está em défice monetário e agora tratarem desta situação, pondo esta proposta miserável. Não tem outro nome. É apenas para dizer que dão qualquer coisa”, começou por dizer, acrescentando que este não é o único problema existente nas forças de segurança.
“Paralelamente a isso, o Governo ainda não nos deu quaisquer conclusões do que quer fazer com a imposição da revisão dos suplementos. Também é uma imposição do Governo, que se prepara nitidamente para nos retirar direitos adquiridos. Querem diluir o subsídio de fardamento de 50 e poucos euros no vencimento, dando uma falsa imagem de que aumentaram os salários na polícia”, acrescentou, lembrando ainda o “suplemento de turno”, que diz não ser “falada pelo Governo”.
“É uma situação que atropela a lei há muitos anos. Essa situação nem sequer é falada pelo Governo para ser revista. O Governo põe e dispõe, faz e desfaz ao seu bel-prazer, não respeitando minimamente as forças de segurança, tentando dar a imagem de que está a fazer alguma coisa. Na realidade, acaba por estar a tirar mais do que dá. Torna-se revoltante a falta de consideração e a falta de zelo que o próprio país, a nível governamental, tem pelas forças de segurança”, atirou Pedro Carmo.
Uma situação que, garante o presidente da OSP/PSP, não tem paralelo noutros países europeus.
“Estamos muito na cauda da Europa. Quem entra na PSP aufere quase um vencimento base igual ao ordenado mínimo nacional. Tivemos uma perda de 30% ao longo de 10 ou 15 anos. Não se mostra vontade nenhuma. O que o Governo merecia era que as forças de segurança parassem e deixassem de exercer as suas funções. Isso não vai acontecer, porque temos o nosso juramento feito e o amor à camisola”, concluiu.
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