Folgas retiradas pelo futebol

Vários agentes da PSP têm sido obrigados a trabalhar em dias de folga em eventos futebolísticos.

Os agentes da PSP têm sido escalados de forma reiterada para serviços remunerados nos seus dias de folga. A denúncia é da Organização Sindical dos Polícias (OSP/PSP) que, num comunicado ao qual o i teve acesso, lamenta que os agentes fiquem sem as folgas, não sendo compensados de nenhuma forma.

A OSP/PSP queixa-se de que os eventos ligados ao futebol são os principais responsáveis pela violação do “direito ao descanso sem a necessária compensação”. Na final da Taça de Futebol no Estádio do Jamor, no passado dia 25 de maio, por exemplo, foram “suprimidas/proibidas as folgas a muitos polícias da Divisão da PSP de Oeiras”, uma prática descrita pelo sindicato como “recorrente, porque para o futebol parece que tem valido tudo”. Situação semelhante aconteceu também nos “festejos do título de campeão nacional de Futebol do SLB”, para os quais “foram desviados inúmeros meios” para o Marquês de Pombal “com custo para o erário público e custo zero para o clube e para a Câmara Municipal de Lisboa (CML)”.

A OSP/PSP denuncia mesmo que “na grande parte dos eventos ligados ao futebol a nível nacional, mas não só, os polícias são desviados das suas tarefas e locais (divisões fora de Lisboa) normais de serviço, para ali estarem em permanente exclusividade, ficando as respetivas áreas sem o devido policiamento, vulneráveis a vários tipos de criminalidade”. Por estes dias, exemplifica ainda o sindicato, a esquadra de Caxias destacou um carro patrulha com dois agentes “em serviço normal e não remunerado” para garantir a segurança da Seleção Nacional. “Situação estranha”, considera a OSP/PSP, uma vez que em Caxias já não existe “carro patrulha fixo há vários meses” e, ao mesmo tempo, a esquadra está fechada à noite, tendo apenas um elemento de serviço “abandonado à sua sorte”.

Na mesma nota, a OSP/PSP reivindica que “a utilização de elementos policiais para benefícios das empresas ou clubes de futebol em serviço público deve cessar, salvo raríssimas exceções”, pedindo em alternativa que se aplique “igual medida às restantes empresas nacionais e regionais em igualdade de circunstâncias”. Para o sindicato, “não se pode retirar de forma continuada as folgas a estes profissionais, nem tirar turnos consecutivos de patrulhamento aos contribuintes para fazer serviço grátis para a indústria do futebol”.

Os casos relatados levaram a OSP/PSP a questionar o Comando da Divisão Policial de Oeiras, o Comando Metropolitano de Lisboa e a Direção Nacional da PSP relativamente à compensação das folgas retiradas aos agentes.

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