COMUNICADO DE IMPRENSA
No seguimento da reportagem passada hoje na SIC, denominada de "Quando o ódio veste farda", vem a OSP – Organização Sindical dos Polícias esclarecer o seguinte:
Em agosto de 2022, a OSP foi contactada via mail pela SIC, para entrevista.
Na solicitação de colaboração é escrito que, estava a ser elaborado um trabalho sobre o movimento sindical da PSP e as condições que deram origem ao Movimento Zero.
Tendo a OSP como sua conduta informar, colaborar e propor, dispôs-se a dar o seu contributo para o trabalho da SIC, sobre o tema anunciado no e-mail.
No dia 16NOV2022 e 17NOV2022 durante o Jornal da Noite, da SIC foi transmitida a Grande Reportagem "Quando o ódio veste farda".
Após visualização da reportagem constata-se que, a informação contida na peça é facciosa, manipuladora e intuindo denegrir a imagem das forças de segurança.
Durante toda a reportagem, foi insinuado que a PSP tem nas suas fileiras racistas, xenófobos e simpatizantes da extrema direita.
No decorrer da reportagem é intuído implicitamente que a hierarquia da instituição Polícia de Segurança Pública, está conivente com ilegalidades e fecha os olhos a atos criminosos, que sejam cometidos por profissionais de Polícia.
O Polícia, muito embora lhe seja em parte vedada a liberdade de expressão, que todo o cidadão dispõe, não é um robot. Tem o seu sentir, opinião e emoção face à injustiça, como qualquer cidadão, como humanamente acontece, reage ao adverso mais ou menos, com uma atitude comedida.
Foram vasculhadas mensagens de chat's privados de Telegram, onde elementos das forças de segurança desabafam e libertam o sentimento de injustiça em palavras. Chat's privados, que alguém que não os Órgãos de Justiça, foi espiar e agora zelar por divulgar as mensagens privadas visualizadas, sem o consentimento dos seus autores. Difundem-se publicamente mensagens extraídas de chat´s privados, que até hoje nada espelharam de instigador ou de ilícito contra a vida do cidadão, ou no serviço de segurança pública.
A Direção da OSP foi visada e esclarece que, foi convidada pelo partido Chega, para uma reunião com o propósito de se discutir as condições de trabalho, carreira e salariais dos Polícias.
É execrável, a forma como alguns elementos deste Sindicato, foram expostos e depreciativamente associados ao partido Chega, insinuando uma tendência ou conotação política.
A OSP exorta todos os partidos políticos a convidarem esta Direção Executiva a reunir, discutir e esclarecer sobre as condições humanas, de trabalho, de carreira, meios materiais e outras, que permitam aos profissionais da PSP desempenhar o seu papel na sociedade, com todo o profissionalismo que lhe é reconhecido.
A OSP aceitará de bom grado reunir com qualquer partido, seja de esquerda, de direita ou do centro, de forma a se criarem convergências para uma realidade mais digna para os Polícias.
A OSP vem também publicamente lamentar a exposição de um seu Dirigente, que de forma gratuita e tendenciosa, viu o seu bom nome posto em causa repetidas vezes, em referência a um caso sucedido em 2011, devidamente julgado e concluído em Tribunal.
A OSP não alcança a exposição mediática dirigida ao seu Dirigente, nem compreende o seu conteúdo ou desígnio dentro do teor da reportagem, revelando uma enorme desordem (des)informativa.
Cabe também à OSP esclarecer, que a entrevista realizada ao Presidente deste Sindicato, foi convenientemente editada e descontextualizada, de forma a seguir a linha orientadora ambicionada para a reportagem.
Ainda sobre os alegados comentários discriminatórios e partilhas nas redes socias, cabe à OSP lamentar que estes casos existam e condenar qualquer tipo de comportamentos efetivos e dolosos de cariz racista ou xenófobo.
A OSP tem conhecimento, que sobre o teor da reportagem, estão em curso processos disciplinares e que, caso se comprovem, irão ser reconhecidos com a respetiva pena.
Apenas quem não é Polícia, não tem a noção da "facilidade" com que um profissional está sujeito a processos disciplinares. Seja pelo toque que deu com a viatura de serviço, pelas vicissitudes das ocorrências e do perigo a que está exposto, por interpretações hierárquicas, por comentários nas redes sociais, ou porque apenas se esqueceu do chapéu.
Curioso o facto de esta reportagem vir a público, num contexto temporal, em que se reivindica um aumento salarial e mais meios humanos e materiais para a PSP.
Nos últimos tempos, foram várias informações distorcidas da realidade levadas a público, nomeadamente sobre vencimentos, "bónus" e até exposição errada de valores, de serviços remunerados, em capas de jornal.
A OSP tem também conhecimento que, após a referida reportagem, foi determinado ao IGAI e pelo Ministro da Administração Interna, abertura de inquérito com carácter prioritário.
No que concerne à OSP, estaremos sempre disponíveis para qualquer esclarecimento, de consciência plenamente tranquila.
Por fim, a OSP garante que os profissionais de Polícia não se incumbirão de cumprir com a sua missão de garantir a segurança de todos os cidadãos, apesar do adverso contexto político/social com que nos deparamos.
Não nos vão afastar da luta!
Pelos Polícias, para os Polícias.
A Direção Nacional Executiva
17 de novembro de 2022