Caros Polícias,
Vivemos tempos que se podem tornar históricos e pródigos em espírito de união, ou em grande desilusão e desconsideração por quem nos tutela.
Um camarada deu a cara e iniciou uma luta que há muito estava guardada e reprimida na essência de todos os Polícias.
A ele juntaram-se dezenas, centenas, milhares de Polícias que se solidarizaram em vigílias, pernoitas ao relento e manifestações. A OSP/PSP sempre apoiou e incentivou as justas reivindicações que urgem em ser cumpridas.
No entanto, considerou sempre que este protesto iniciado de forma voluntária e espontânea não devia ter intervenção sindical, mas sim iniciativa e união corporativista.
Vários dirigentes, delegados e sócios da OSP, estiveram presentes nas diversas iniciativas de luta, a título pessoal e independente, sem fazer referência ou oportunismo sindical. Seguidamente, alguns Sindicatos surgiram e criaram uma Plataforma, aproveitando o ímpeto gerado e o protagonismo de ocasião.
O objectivo é reivindicar e negociar junto da Tutela, os pontos-chave de luta dos Polícias. Apesar da OSP não ter sido convidada para a referida Plataforma, quer acreditar na boa fé e vontade na defesa dos reais interesses dos Polícias. Estamos disponíveis para colaborar no que for necessário.
Contudo, não podemos deixar de reflectir sobre o passado recente, em que igualmente se criou um movimento de união de TODOS os Sindicatos, aquando da negociação sobre o subsídio de risco. Surpreendentemente, alguns dos maiores Sindicatos com representatividade, colocaram-se de parte, numa posição de observadores/convidados, conforme se auto denominaram, revelando uma posição de desacordo face aos valores “irreais” a rondar os 400EUR, defendido pelos restantes e tendo como base mais uma vez, a equiparação com a Polícia Judiciária. Após diversas reuniões e negociações entre os Sindicatos com representatividade e a tutela, o resultado ficou muito à quem do pretendido, chegando a ser ofensivo e desprestigiante face à missão que todos acarretamos.
Actualmente, aparentemente direccionamo-nos para um caminho em muito semelhante.
A Tutela repete-se em promessas, desejos futuros, previsões e inverdades sobre os reais vencimentos dos Polícias, de forma a ludibriar e esperançar tanto os profissionais, como a opinião pública.
Basta comparar com outros sectores profissionais, que desde o início dos nossos protestos, já conquistaram mais e de forma concreta, sem vigílias, pernoitas e horas em pé, com o sacrifício dos homens e mulheres (inclusive crianças!), para além das já custosas horas de serviço.
Face a tudo isto, impõe-se impreterivelmente respostas às seguintes questões: Até quando vamos aguentar promessas, esmolas e discursos vazios de conteúdo? Terá a Plataforma, a iniciativa e coragem de avançar para o próximo passo nas formas de luta, face à inércia da Tutela? Prescindirão dos seus estatutos de proximidade e cortesias políticas, para sujar as mãos pelos Polícias?
Por parte da OSP, desejamos que os intentos sejam levados a bom porto, apesar de não partilharmos da eventual “satisfação” com o resultado das reuniões realizadas até ao presente.
Quando chegar a hora de admitirem que todos juntos somos mais fortes, na defesa e luta efectiva pelos Polícias, estaremos a nível organizacional, prontos e presentes!
Até lá, exortamos que todos os Polícias continuem na luta, sem vacilar ou arredar pé. “Dos fracos não reza a História”.
Pelos Polícias, para os Polícias.
A OSP/PSP